Personalidades Cruzalmenses
Jacinta Passos
Jacinta Passos nasceu em 1914 na Fazenda Campo Limpo, município de Cruz das Almas, região do Recôncavo, Estado da Bahia. Poucos anos antes do nascimento de Jacinta, Cruz das Almas tornou-se vila (1889) e a seguir cidade (1896), sede de município do mesmo nome, separado do município de São Félix. Grandes fábricas de charutos, como a Daneman e a Suerdieck, vieram juntar-se às fábricas caseiras ali existentes, tornando Cruz das Almas um grande centro produtor da matéria-prima e da fabricação de charutos de alta qualidade. O aspecto da cidade, porém, permaneceria acanhado, com aparência rural, por décadas ainda. As primeiras gerações dos Passos, inclusive a de Jacinta, constituídas por grande número de políticos, foram fortemente influenciadas pelos laços com Cruz das Almas, berço da sua gente, da sua projeção política, proventos, mentalidade e sensibilidade. A cidade natal e sua gente aparecem em vários poemas de Jacinta Passos.
Professor Mata Pereira
Quem passa pela Rua Professor Mata Pereira (ou Rua do Hospital, como também é conhecida) talvez nem saiba quem foi esse personagem, ilustre educador cruzalmense que dá nome ao logradouro.
O Professor Pedro Augusto da Mata Pereira foi um professor primário,
nascido em Cruz das Almas, que teve grande mérito na área de educação e
do ensino nesta terra. Lecionou com eficiência as primeiras letras e o
propedêutico a várias gerações de cruzalmenses. Foi um disciplinador
rígido, educador severo, que sempre atuou como professor à moda antiga,
levando a disciplina ao extremo. Manteve-se firme na sala de aula até
poucos dias antes de falecer com a idade de 95 anos.
FONTE: O LIVRO DO CENTENÁRIO, Alino Matta Santana. Cyro Mascarenhas in CRUZ DAS ALMAS – FOTOS ANTIGAS\Facebook
Alberto Torres
Você sabe quem foi o homenageado que dá nome ao nosso CEAT- Colégio
Estadual Alberto Torres, atual CETEP Recôncavo II Alberto Torres?
Alberto de Seixas Martins Torres , nasceu em Itaboraí em 26 de novembro de 1865 e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de março de 1917. Foi político, jornalista e bacharel em direito. Também foi um pensador social brasileiro preocupado com questões da unidade nacional e da organização social brasileira.
Casou-se em 1890 com Maria José Xavier da Silveira, tendo três filhos: Alberto Torres Filho, Maria Alberto Torres e Heloísa Alberto Torres.
Era filho de Manuel Martins Torres, que foi vice-presidente no governo de José Porciúncula.
Iniciou os seus estudos no Rio de Janeiro.
Matriculou-se, em 1880, em Medicina e cursou por apenas dois anos,
vindo a abandonar este curso. Mudou-se para São Paulo, matriculando-se
na Faculdade de Direito, tendo também início, nesta mesma ocasião, a sua
atividade jornalística, colaborando com jornais como “O Caiçara”, “A
Idéia”, “O Constitucional” e “A República”. Bacharelou-se pela mesma
Faculdade de Direito de São Paulo em 1886.
Regressando ao Rio de Janeiro, trabalhou como advogado no escritório de dois renomados profissionais, doutores Tomás Alves e Ubaldino do Amaral. Em 1889 foi nomeado promotor público, mas não aceitou. No mesmo ano, foi candidato a deputado pelo quarto distrito, sendo derrotado.
Entusiasta dos ideais republicanos, Alberto Torres funda em 1889, juntamente com outros publicistas, o jornal “O Povo”. Após a Proclamação da República, Torres torna-se deputado da Assembléia Constituinte fluminense instalada em 1º de março de 1892, exercendo cargo de deputado estadual até o ano seguinte. Em 1894 é eleito e inicia seu mandato de deputado federal. Em 1895, o então presidente da República, Prudente de Morais nomeia Alberto Torres para o cargo de Ministro da Justiça e Negócios Interiores (30 de agosto de 1896 a 7 de janeiro de 1897), demitindo-se pouco tempo depois, em protesto pela intervenção na cidade de Campos dos Goytacazes decretada pelo vice-presidente Manuel Vitorino.
Entre 31 de dezembro de 1897 e 31 de dezembro de 1900 exerceu o mandado de presidente do estado do Rio de Janeiro, sucedido por Quintino Bocaiuva. No ano seguinte, por decreto de 30 de abril de 1901, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, cargo do qual se afastou em 1907, por motivos de saúde. Viajou à Europa e
quando retornou ao Brasil foi concedida sua aposentadoria, por decreto
de 18 de setembro de 1909, quando tinha 43 anos de idade.
Foi ainda membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB)
desde 1911 e ao abandonar a vida pública, Alberto Torres passou a
dedicar seu tempo quase exclusivamente ao estudo dos problemas políticos
e sociológicos brasileiros.
Seus restos mortais foram transferidos posteriormente para o Cemitério de Porto das Caixas, em Itaboraí.
Entre novembro de 1910 e fevereiro de 1911 Alberto Torres publicou
uma série de artigos na “Gazeta de Notícias”, que posteriormente viriam a
compor uma de suas mais importantes obras: “A Organização Nacional“, publicada em 1914.
Outra obra importante de Alberto Torres, “O Problema Nacional
Brasileiro”, foi elaborada a partir de artigos publicados no “Jornal do
Comércio” em 1912 e de um discurso proferido no Instituto Histórico em
1911.
Nessas obras Alberto Torres aborda uma ampla variedade de questões,
dentre eles uma proposta de reforma da Constituição, o problema da
formação da nacionalidade nos países colonizados, a natureza da política
nas sociedades modernas, a crítica às teorias racistas predominantes em
sua época, etc.
O problema nacional brasileiro.
A organização nacional.
As fontes da vida no Brasil.
Ademais, atribui-se historicamente à sua obra “A Organização Nacional
(1914)” a primeira menção – no Direito brasileiro – ao remédio
constitucional “Mandado de Segurança”, tratado por Alberto Torres como
Mandado de Garantia, cujo objetivo era primordialmente fazer consagrar,
respeitar, manter ou restaurar preventivamente os direitos individuais
ou coletivos, públicos ou privados, lesados por ato do Poder Público.
FONTE: Faleiro, Silvana Rossetti. Colégio Evangélico Alberto Torres: memórias e história, pag. 63, UNIVATES, 2005, Lajeado, RS. ISBN 85-98611-21-2; REZENDE, Maria José de. Organização, coordenação e mudança social em Alberto Torres.
Estudos de Sociologia, n. 8, 1º sem. 2000.; SOBRINHO, Barbosa Lima.
(1968). Presença de Alberto Torres: sua vida e pensamento. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira.;SOUZA, Ricardo Luiz de. Nacionalismo e autoritarismo em Alberto Torres. In: Sociologias, no. 13, 2005, pp. 302–323.
Senador Temístocles da Rocha Passos
O Patriarca da emancipação foi político de Cruz das Almas. Foi
vereador em Cachoeira por duas vezes; deputado por três vezes, eleito
senador também por três vezes, Conselheiro Municipal de Cruz das Almas,
Presidente deste mesmo Conselho, Intendente e, além disso, era coronel
da Guarda Nacional e Comendador da Ordem Imperial de Nosso Senhor Jesus
Cristo, título que lhe fora dado pelo Imperador Pedro II, em 25 de maio
de 1883. Quando foi proclamada a República, estava aguardando receber o
título de Barão do Rio Areia. Como Senador, foi autor do projeto
apresentado em 22 de abril de 1897 que, aprovado e convertido em lei,
elevou Cruz das Almas à categoria de Vila e criou o município de Cruz
das Almas (lei 119, 28 de julho de 1897). Temístocles da Rocha Passos
era conhecido pelo apelido de Sêo Maninho. Casado com Dona Jacinta
Veloso da Rocha Passos, tinha residência na praça que hoje leva seu
nome, em local onde posteriormente foi aberta a Rua Rozentina Marques.
Ficava muito tempo em Salvador, mas quando estava em Cruz das Almas,
passava a maior parte do tempo na Fazenda Campo Limpo, de sua
propriedade. Faleceu em 14 de novembro de 1910.
FONTE: O LIVRO DO CENTENÁRIO, Alino Matta Santana
Estevam Barbosa Alves
Marinheiro cruzalmense, filho de João Xavier Alves e Hercília
Barbosa, faleceu em 19 de Julho de 1944, defendendo a nossa Pátria
durante a 2ª Grande Guerra Mundial, como citado no boletim do Ministério
da Marinha, publicado no Diário Oficial de 10 de Agosto de 1944. Foi
promovido, post-mortem, ao posto de 1º Sargento.
Em 29 de Julho de 1995, quando da comemoração da Emancipação
Política, o Município entregou à comunidade o busto em bronze em
homenagem ao seu filho ilustre. O busto foi colocado na Praça que leva o
seu nome, Estevam Barbosa Alves.
“Quem morre pela Pátria, vive eternamente.” (Robert Gan)
FONTE: SÁ. Manoelito Roque. Actas e Atos: resumo histórico da Câmara Municipal de Cruz das Almas. Cruz das Almas, BA.2007
GALENO D’AVELÍRIO
Agnelo Gonçalves de Oliveira, o Galeno D’Avelírio poeta, orador, cronista, teatrólogo e jornalista, cruzalmense, nasceu na fazenda situada na Ladeira Bonita em 14 de dezembro de 1892 e casou-se com a também cruzalmense Anita Gonçalves da Silva em 1917. Não teve filhos, mas criou várias sobrinhas, destacando-se entre elas, por ter vivido mais tempo com o casal, Diva Gonçalves Rocha.
Fez o curso primário com o Professor Mata Pereira, com quem destacava-se como aluno. Após o curso primário, como não havia ginásio em Cruz das Almas, seguiu para Salvador a fim de tentar os estudos e trabalhos. Já nessa época, era um ávido leitor. Mas devido às dificuldades financeiras para manter-se na capital, teve que voltar para Cruz das Almas e passou a morar na Rua da Vitória. Ali começou a trabalhar com Artur Silveira na compra de fumo em folha para posterior venda aos enfardadores e armazéns de fumo para charuto. Em consequência dessa nova atividade e de seu desenvolvimento neste ramo de negócio, teve de mudar-se de sua terra natal, em busca de uma melhor colocação e por causa de uma oportunidade que surgira. Um tio de sua mulher, que era grande enfardador de fumo na cidade de Sapeaçu, chamado Elpídio Batista Magalhães, mandou-o para a cidade de Rui Barbosa para lá trabalhar.
Lá no sertão, Agnelo abriu um armazém de “secos e molhados” que também era um ponto de compra de fumo. Periodicamente, o resultado de suas compras de fumo era transportado de trem para Sapeaçu, onde seu Elpídio enfardava o fumo para os grandes armazéns e exportação.
Mas, o negócio de fumo nunca foi o seu forte; queria sair dele.
Finalmente, surgiu o Cartório de Feitos Cíveis e Criminais que Agnelo comprou, lutando muito a seguir para se efetivar no cargo. Trabalhou no cartório por vinte e oito anos, aposentando-se em 1946, dois anos depois de uma lei de Getúlio Vargas que lhe permitiu aposentar devido a doença de que foi acometido, ainda que não tendo tempo suficiente para aposentadoria. Mesmo após a aposentadoria, permaneceu em Rui Barbosa por mais sete anos, isto é, até 1953, esperando que sua esposa também se aposentasse, pois ela era escrivã do Juri e das Execuções Criminais, naquela mesma cidade.
Galeno D’Avelírio era também um político fervoroso. Membro do antigo PSD de Rui Barbosa. Formou, ao lado de Cícero Alencar, um dos maiores caciques políticos do interior baiano. Em Castro Alves, formava com outro grande líder, que foi Rafael Jambeiro, também do PSD. Em Cruz das Almas, participou de várias campanhas políticas, pelo mesmo Partido, porém sem nunca ter se candidatado a cargo eletivo.
Como jornalista, foi figura sempre presente nas páginas do jornal Nossa Terra, em Cruz das Almas; O Castroalvense, em Castro Alves; e O Itaberaba, em Itaberaba. Colaborou ainda, através de crônicas e poesias, para os seguintes jornais: Diário de Notícias (Salvador), A Palavra (Rui Barbosa), O Eco (Juazeiro), O Rádio (Jaguaquara), O Paládio (Santo Antonio de Jesus), A Verdade (S.Gonçalo dos Campos), O Correio (São Félix), O Pequeno Jornal (Cachoeira); O Juazeiro (Juazeiro), A Razão (Jaguaquara), dentre outros.
Ainda como jornalista, editou o O Serventuário da Justiça, órgão de defesa da classe dos serventuários da Justiça, de onde partiram reivindicações que, após atendidas, representaram grande progresso para a classe, da qual ele também fazia parte.
Mantinha estreita amizade com os poetas baianos de sua época, entre os quais destacamos Pedro Barros e Carlos Chiacchio.
Geralmente como acontece com os gênios, foi também marcado pela fatalidade, pois, ainda jovem, foi acometido de um derrame que o deixou paralisado de um lado do corpo. Instalada a doença, não se acomodou; pelo contrário, fez muitos tratamentos em Salvador com vários médicos. Mas, o que foi mais importante, é que em nada foi afetado o seu cérebro; tanto assim que até o fim da vida permaneceu com sua inteligência brilhante a premiar todos aqueles que tiveram a felicidade de conviver com ele, ou que granjearam a ventura de ler suas obras, muitas inéditas.
Veio a falecer na casa de nº 522 da Praça Senador Temístocles (Praça da Matriz), em sua querida Cruz das Almas, vitimado por um câncer da carótida, no dia 12 de maio de 1955.
Estamos pesquisando a cidade para homenegeá-la neste São João
ResponderExcluirCom um alicerce cultural e material humano de altíssima qualidade, cruz das almas era para ter um futuro melhor.
ResponderExcluir